quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Natal tardio

O natal está à espreita, é tempo de pensar na família. Este pensamento leva-me a outro bem triste por sinal. Ainda não fez 1 mês que perdi uma pessoa muito especial na minha vida- a minha avó. Ela não gostava muito do Natal (o marido e o sogro morreram nessa altura) talvez por isso o meu natal este ano me parece tardio. Ainda não me sinto no natal. Não sei o que é pior: se é ter avós que morrem quando nós somos grandes e há uma grande vivência e muitas memórias e histórias para contar ou se é preferível ter avós que morrem prematuramente quando ainda somos crianças e não temos consciência do que é a vida, a morte ou as saudades. As saudades são o que doí mais, sentir a ausência, a falta do carinho e amor de alguém é como uma ferida aberta no coração.
Uma ferida tão profunda que o tempo não vai apagar, pois sempre que pensar na minha avó, ela voltar-se-á a abrir...
Ela era uma mulher de coragem e muita força, deixou escrito uma carta com 27 anos de idade após o meu avô ( seu marido) ter falecido, para ser aberta aquando da sua morte. Nessa carta ela explica que vai ter muitas saudades de todos nós e que vai custar muito deixar-nos, mas a vida é uma passagem que todos nós temos de passar.
Ela já lá está e nós para lá caminhamos, para uns o tempo parece passar mais depressa, para outros passa mais devagar.
Obrigada por tudo, avó! Nunca te hei-de esquecer.