quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Futuro: somos nós que o fazemos ou é uma partida do destino?

Escrevo este post a pensar numa das conversas que tive com o Banito sobre a nossa Banitita e os futuros Banititos.
Gostava que os meus filhotes tenham uma ideia do que querem ser, que profissão escolher, que área. Isto porque, eu ao contrário da minha mãe, nunca senti um "chamamento", um sinal, quando andava a estudar ou quando era pequena. Quis ser bailarina quando era pequenina, mas isso não conta. LOL
Penso que se nos inclinarmos para uma determinada área é muito mais fácil sabermos o que queremos ser no futuro. A nossa profissão, o nosso emprego é uma das coisas que nos define como pessoas. Quer queiramos quer não, quando conhecemos alguém, depois do nosso nome, ela quer saber o que fazemos. E se não temos uma área fixa, já fizemos várias coisas e nenhuma área em particular, as pessoas torcem o nariz.
Senti uma inclinação para a área da saúde e desde o 9º que escolhi saúde. Cheguei a meio do 12º ano e deparei-me com as minhas notas que não sendo miseráveis, não davam nem de perto nem de longe para ir para medicina que era o que eu gostava (não por influência da minha mãe). Mas nunca pensei nisso a sério e na minha cabeça não se formou o conceito de "se queres medicina, tens de marrar"!
Escolhi a enfermagem porque sentia a proximidade que existe entre a medicina e a enfermagem (quem não sente, que atire a 1ª pedra). Hoje penso que talvez a única semelhança seja o local de trabalho...
Entrei em Engenharia (a vida dá tantas voltas...) e acabei o curso com média razoável.
Não gostava que os meus filhos sentissem esta incerteza e assim desejo que eles saibam o que querem fazer. Seja pintor, esculturor, dançarino, músico, presidente da república, primeiro ministro, secretária, o que for. Desde que seja porque gostam! E não porque nunca pensaram muito nisso e não dedicaram muito tempo a saber o que queriam e a lutar por isso.
Só não queiram é ser sem-abrigo, porque para isso, não é preciso estudar e eu ponho-os já fora de casa! LOL
No outro dia vi uma reportagem sobre alguns sem-abrigo que deixaram as ruas e recomeçaram as suas vidas: emocionei-me e fiquei feliz por eles terem encontrado o seu rumo. É preciso muita perseverança para o conseguir. Oxalá, os meus filhos sejam perseverantes!
Eu sei que quando voltar para Portugal vou ter um desafio pela frente: arranjar um emprego. Sim, mas qual? Aos 35 anos é muito tarde para uma carreira técnica. Tirar outra licenciatura (será que ainda se chamará mestrado, nessa altura?) é difícil, é preciso tempo, cabeça e dinheiro. Não sei o que vou fazer e continuo à espera de um "chamamento" ou uma ideia luminosa (e se eu...?). Por outro lado, não posso pensar nisso agora, pois só ia dar em doida pois não posso resolver nada...

8 comentários:

Ana C. disse...

Não vale a pena sofreres por antecipação nem por ti nem pelos teus banitos :)
É fácil falar eu sei.
Mas é verdade eu acho que há uma tremenda falta de vocação geral que se reflecte em tudo à nossa volta.

cvcsvg disse...

pois eu também não tive nenhum chamamento.. Mas não me preocupo com isso.. quando chegar a altura certa eles certamente saberão optar.. (espero)!!

Beijicas

Miguel disse...

O que eu acho é que o mínimo que devemos aos nossos filhotes é mostrar-lhes o maior número de caminhos possível e ajudá-los a aprofundar aqueles que mais os atraírem. Depois, é apoiá-los no caminho que eles escolherem!
Parece fácil mas não deve ser...

Unknown disse...

Ó Banita, tu relaxa, miúda, já a pensar nessas coisas? :-)

JBrito disse...

Eu digo puxa a brasa á tua sardinha, e de resto é tipo jogo de "flipers" tens que ir dando uns toques de lado só para ourientar os bichos/banititos.

Mas estou como tu quem diria que ir ser Auditor (interno) de umas maiores Multinacionais???

Quando chegares por cá ou até mesmo antes envia-me o teu CV, e tenho o prazer de entregar directamente a RH (não há cunhas, atenção, isto não é uma Junta de freguesia um empresa Nacional).

Aquele abreijo á familia banita

Precis Almana disse...

Escrevi um comentário enorme que não ficou :-(

Precis Almana disse...

Essencialmente era que no meu tempo tive orientação escolar, que queria psicologia porque gostava de falar com pessoas, mas como tinha física e química sugeriram-me sociologia, e que segui a dita e já acumulei licenciatura, mestrado e passo agora pelo calvário do doutoramento, e que se voltasse atrás fazia igual, mas que o factor "orientação escolar" foi muito importante.
Quanto aos banititos, o pior que pode acontecer é terem de seguir uma área por alguma razão, e terem vocação para outra, mas isso significa que acumulam saberes e só é bom...
Ufa!
Obrigada pela tua visita ao meu canto, também vou voltar ;-)

R disse...

Todos os pais responsáveis querem que os seus filhos tenham uma profissão que gostem. Os meus filhos fizeram testes vocacionais, mas com um deles só deu para saber que para as áreas de saúde e artes, não tinha aptidão. Tudo o resto sim,podia seguir áreas tão diferentes como Direito, Gestão, Comunicação, Engenharia. Mais tarde repetiu os testes e acabou por se inscrever numa área que tem várias opções e felizmente encontrou o que queria ser. Banita é muito cedo para pensares nisso, mas na altura é complicado quando eles não têm ideia do que querem ser.