segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

From Hell to Heaven in 15 sec.!

Muito obrigada pelas vossas opiniões e preocupações!
A partir de Sábado comecei a sentir-me melhor, as dores foram-se embora, a prisão de ventre só ficou resolvida hoje e parece-me que o meu organismo lutou bravamente contra... qualquer coisinha má que me deu!! Acham que eu percebi o que foi? Não, os meus bravos glóbulos brancos recusaram-se a dizer-me o que se passou...
Avançando: neste fim de semana apanhei um cagaço enorme. Vínhamos de Pachuca (das habituais compras semanais de mercearia no Jumbo cá do sítio) quando vimos um céu que metia medo! Grossas nuvens cinzento-azuladas cobriam o céu por cima do hipermercado e mais ao fundo ao pé das montanhas. Sentenciei: vamos apanhar chuva na viagem! E ainda mal tínhamos saído de Pachuca quando grossas pingas caíram no pára brisas com uma intensidade que pensei: esta chuva é daquelas que magoa! Xiça!
Começou a ser cada vez mais intensa, a chuva, as pingas cada vez mais grossas. Havia pessoas que se apressavam a chegar a algum abrigo, os carros de carga paravam para proteger a sua carga (palha, móveis, etc.) com lonas e plásticos da intempérie!
O céu agora já tinha mudado de cor, era agora, cinzento! Cinzento a 40 % como nas cores do Excel, nalgumas zonas cinzento a 50%, cheio de relâmpagos que metem muito mais medo em estrada aberta do que quando andamos em cidade! Aí estávamos nós, em plena tempestade com o nosso carrito a (tentar) ouvir a música que saía do Ipod. Revelou-se impossível pois a chuva caía com tanta força e tão grossa que parecia granizo a bater em chapa, pensei que dada a força do impacto íamos ficar com o capôt coberto de mossas pequeninas provocadas pelas pingas grossas que amaldiçoavam a nossa viagem! Mas não era granizo, pelo que não houve danos!
Íamos os dois atentos à estrada, nem falávamos um com o outro com medo de distracções, porque para quem não conhece as Auto-estradas mexicanas, estas têm buracos que cabe lá meia bola de futebol dentro e noutras situações têm remendos que ficaram mais altos do que a própria estrada, ou seja, são perigosas e não podem ser feitas de ânimo leve durante tempestades. Para além da forma descuidada como conduzem os mexicanos! Claro que apanhámos dois desses buracos, a estrada estava cheia de água e só os vimos quando já estávamos em cima deles! Fiquei com medo de algum deles ser tão grande que pudesse danificar o carro, mas felizmente, tal não aconteceu!
Se os nossos amigos mexicanos soubessem construir estradas, a água não corria em rios em cima do asfalto! Mas estes gajos acham que são bons e depois é ver o aquaplaning sempre a bombar!!
Nunca ouviram falar em DRENAGEM? D-R-E-N-A-G-E-M! É o que se faz para prevenir que se acumulem lençóis de água do tamanho do rio Tejo nas estradas!!
Quem não se lembra das mítica imagem do filme do "Senhor dos Anéis" quando se via Mordor: um céu negro cheio de relâmpagos que metia medo ao susto! Pois... era assim que me sentia eu quando olhava para o céu: pequenina e assustada! Um susto de tempestade!!
Mas o susto veio mais tarde quando um mexicano doido arrancou debaixo de um viaduto (tinha estado parado e resolveu avançar mesmo quando nós estavamos quase a passar pelo dito viaduto) à nossa frente, andou 20 m e começou a travar, a travar e nós a aproximarmo-nos cada vez mais, o gajo não saía do caminho, mas também não acelerava!!! O Banito ultrapassou-o e logo a seguir começaram a cair pingas grossas de gelo moído perto de Tulancingo (onde eles dizem que se tirita de frio), a visibilidade caiu drasticamente, atrás víamos uma cortina de céu negro de Mordor, para a frente não se via nada! O Banito disse que era neve! Eu respondi: Neve! Mas então está muito frio! E assim que acabei a frase... nada de chuva, nada de neve, ao fundo uma tira de céu azul esperava por nós!
É absolutamente espantosa a variação do clima, nalgumas zonas do México! Até parecia que tínhamos sonhado com a tempestade! Que ela foi imaginação da nossa cabeça ou uma alucinação colectiva!
Já tínhamos apanhado zonas em que a cortina de nevoeiro é tal que não se vêm os carros e passado um segundo os carros materializam-se à nossa frente conforme escrevi aqui, mas isto foi surreal!

1 comentário:

R disse...

Essa odisseia para mim era demais. Com o medo de trovões e relâmpagos que eu tenho desde miúda, devia fazer o percurso, caladita a rezar, que é o que eu faço quando me sinto aterrorizada. Vai ao meu blog tens lá um desafio. Ainda bem que estás recuperada.Bj