segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Bíblia da Educação

Encontrei este texto e fez me sentir que não estou sozinha e que de facto educar é uma tarefa bem difícil! Para tentar aplicar diariamente e manter a cabeça fria na hora de educar.

"Os reguilas ou…a idade do “NÃO!”
A fase dos 2/3 anos é uma fase cheia de mudanças. É a idade do não, em que parece que a criança faz tudo ao contrário do que lhe é pedido, percebe que tem vontade própria e testa a sua autonomia.

Chamadas de atenção

É a fase do egocentrismo infantil, em que a criança considera que tudo existe por ela e para ela chamando continuamente a atenção dos outros sobre si própria. Não aceita as críticas e tem dificuldade em respeitar regras, o que muitas vezes resulta em birras e choradeiras. As birras não têm obrigatoriamente que ser momentos terríveis, podem mesmo converter-se em momentos únicos de educação, se os pais souberem lidar com elas, compreendendo o que existe por detrás. Embora seja difícil fazer uma criança desta idade entender o motivo de uma recusa, é bom transmitir-lhe o porquê das coisas, não dando apenas uma ordem ou dizendo “não”.

A descoberta dos limites

A criança começa a compreender o que pode e o que não pode fazer, mas tenta fazer tudo sozinha, apesar de precisar da ajuda dos adultos. É uma fase de descoberta dos seus próprios limites. Deve ser-lhe permitido tentar, até que perceba que não é capaz e solicite ajuda. Explicações simples ajudá-la-ão a compreender o que é certo e o que é errado. Mas nada melhor que o exemplo dos adultos, sobretudo porque nesta idade a criança imita o adulto do mesmo sexo. Aprende observando e gosta de participar nas conversas e nas actividades dos adultos.

Comportamentos inadequados

Na maioria das vezes os pais não sabem como reagir a estas situações, acabando por actuar de formas que irão consolidar os comportamentos inadequados, ao invés de os controlar. Se os pais observarem melhor as suas crianças, perceberão que grande parte da sua teimosia está relacionada com o seu crescimento e com o delimitar da sua individualidade e ideias próprias.

Regras e limites

É muito importante que, à medida que as crianças crescem e começam a compreender a ligação entre a cada acção e a consequência que é gerada por ela, os pais saibam estabelecer regras e limites. Muitas vezes a criança tem acesso directo à punição, sem que antes lhe tenha sido explicado o porquê de não poder ter determinada conduta e aquilo que é esperado dela.

O ciclo vicioso

Diversas vezes surgem, nesta fase, círculos viciosos de relacionamento entre os pais e os filhos, difíceis de quebrar. Um comportamento negativo da criança gera uma resposta inadequada dos pais, seguindo-se um novo comportamento inadequado e nova resposta negativa dos pais. Estes círculos são representativos de uma dificuldade por parte dos pais em lidar com as birras e com a teimosia da criança.

As primeiras decisões

Para se saber lidar com essas situações, há que compreender o que existe por detrás delas. Por volta dos dois / três anos, as crianças apercebem-se de que podem ter opiniões e desejos próprios, começando a manifestar a sua vontade e a querer tomar decisões. É um período de afirmação, em que lhes interessa o aqui e o agora, bem como a satisfação imediata dos seus desejos. Inevitavelmente, estes chocam muitas vezes com as restrições impostas pelos pais.

Os castigos

Ao colocar limites, o adulto demonstra preocupação com a criança. A criança pode chorar, fazer birras e insistir, mas isso faz parte do seu processo de socialização. Durante o seu desenvolvimento, estabelecer e conhecer os limites é saudável, embora deva haver o cuidado de não induzir culpa, mas sim responsabilidade. Se um limite é ultrapassado, se uma regra não é cumprida, deve existir um castigo. No entanto, o castigo deve ser aplicado de imediato e deve ser proporcional ao acto cometido, bem como adequado à idade da criança. Convém não esquecer que todo o castigo que não é compreensível para a criança se torna inútil e desadequado. Ao determinar o castigo, os pais devem também questionar-se sobre se a falta não terá resultado de uma atitude pouco educativa da sua parte ou de uma distracção.

A coerência

É, sobretudo, importante que haja coerência na educação da criança, o que inclui todos os sistemas educativos em que ela está integrada, onde se inclui a família e a escola ou jardim infantil. Há que existir uma disciplina global, coerente e positiva, baseada na compreensão, que lhe permita a interiorização de normas e regras, necessárias ao bom desenvolvimento e ao bem-estar emocional, quer no presente, quer no futuro.

Segundas oportunidades

A coerência é a chave para a educação. Mesmo que por vezes seja mais fácil para os pais ignorarem determinado comportamento, devem ter consciência de que estão a abrir um precedente e a ser incoerentes. A criança irá aprender que o poderá fazer mais vezes sem qualquer punição, o que tornará muito mais difícil explicar-lhe o porquê de tal não ser permitido. Isto não significa que não possa ser dada à criança uma segunda oportunidade, que não haja negociação ou que não lhe seja permitido errar. No entanto, qualquer alteração à regra ou a não aplicação do castigo anteriormente prometido, deve ficar bem esclarecida, de modo que a criança entenda as razões do seu cariz excepcional. Estas questões são muito importantes, uma vez que, se não forem bem explicadas e compreendidas, poderão originar um enfraquecimento de todas as regras colocadas e fazer com que a criança acredite que se insistir muito, consegue sempre o que quer. "

Venha de lá mais uma birra que eu estou pronta!!

16 comentários:

Tasha disse...

Banita, isto e tudo muito bonito, mas e na práctica??? Olha eu dou em doida e tenho dias que so me apetece dizer: "desfaz o que quiseres, destroi, bate no teu irmao e nao me amoles o espirito!!"
Tenho dias em que só me apetece fugir de casa... Mas amo os meus filhos, tanto mas tanto!
Vá-se la perceber esta mae...
manuais de instrucoes, sao óptimos, mas para ler na casa de banho....

Banita disse...

@ Tasha
Como eu te entendo e só tenho uma!! Apesar de estar desejosa de ter o 2º, honestamente não me estou a ver a aguentar outra igualzinha a esta!! Tem de ser mais calma que esta é uma terrorista com pernas!!

Miguel disse...

Por acaso o meu Gabriel é bastante sossegado. Tem os seus momentos birrentos mas, no geral é muito fácil de levar. Aguarda-se que o segundo seja igual!!

undutch disse...

Que belo guia, sim senhora, menina Banita!
Vou fazer copy paste e guardar religiosamente no desktop, nunca se sabe se algum dia me vai ser útil. ;-)

Precis Almana disse...

Ahahahah
Muniste-te da bíblia completa :-D
Olha, vim agora responder-te a um comentário que deixaste lá na minha casita: sim, faço hidroginástica e, ao contrário do que se possa pensar, pode ser muito aeróbica. Dependendo do professor e da música pode ser muito estimulante.
Beijitos aos Banitos!

Samurai disse...

De facto não é fácil educar. Mas deve-se tentar fazer sempre o melhor. Esse é o verdeiro esforço que devemos fazer.

Only Words disse...

Se um dia tiver uma criança, não sei como será, porque sou daquelas pessoas que facilmente cede para que não me aborreçam. :S

salpicos de luz disse...

Não é fácil educar uma criança, não é nada fácil. Parece que estão sempre em alerta para nos fazer pequenos atentados à paciencia. LOL
Mas, com essa cabula já não precisas de te preocupar... mas mesmo assim, desejo-te boa sorte! LOL
bjokinhas

Banita disse...

@ Miguel
Espera pela fase das birras e do "NÃO" e depois conversamos... embora se o teu é fácil de levar agora, pode ser que essa fase complicada que há-de vir não seja como a que a minha filha agora atravessa, mas a minha banitita sempre foi atravessada... Aos 8 meses, já não me deixava trocar a fralda... só queria era mexer-se e virar-se... era um pesadelo e só para trocar uma fralda!! Já podes ver a qualidade da peça que tenho cá em casa... apesar de toda a sua meiguice e ternura!

Banita disse...

@ Undutch
Leva-o que é para isso que ele cá está! Eu também já o copiei de qualquer lado, mas já n me lembro bem de onde... E espero que um dia te seja útil! :)

Banita disse...

@ Precis
Oxalá me lembre disto na hora certa!!
Eu nunca pensei que a Hidroginástica fosse algo soft, muito pelo contrário, quando fazemos movimentos dentro de água, o atrito é muito maior, o que implica um maior esforço da nossa parte para vencê-lo! beijitos para ti

Banita disse...

@ Polar Azul
Nunca pensei que fosse tão difícil e tão exigente... Nem sei como minha mãe aguentou-nos às 2 com 1 ano e 22 dias de diferença... Minha rica Mãe!

Banita disse...

@ Only Words
Quando ela começar a fazer birras no supermercado, vais logo zangar-te e ganhar coragem para impedir esses actos vergonhosos! LOL

Banita disse...

@ Salpicos
Obrigada! Vou precisar...
Vindo de uma mãe de três... ajuda muito saber que sobreviveste! :)Parabéns a ti e aos teus filhotes!
Gostei da expressão "atentados à paciência"! É tão adequada!! LOL

Vera disse...

Pois!!! Olha a minha já tá na fase da imposição há algum tempos e sempre tives uma atitude FIRME!! nós só lhe dizemos vou contar até 3...quando vamos no 2 lá vem ela a correr desesperadamente, mas as primeiras vezes testou e ás vezes ainda gozava e ela propria dizia o 3...UIII...e depois davamos lhe uma palmadita no rabiosque..e até agora funciona...agora amandasse para o chão eu só lhe digo: tens 3 segundos para te levantares...e ela lá ganha molas nas perninhas de alicate e upa...ATÉ AGORA ( digo sempre isto ) não tenho muitos motivos de queixa, é claro que faz birras mas dou lhes bem a volta.
Vamos lá ver o que o futuro me reserva...se bem que tomei conta dos meus 3 irmãos e isso deu me MUITA EXPERIENCIA

jinhos

Banita disse...

@ Vera
Eu só comecei a aplicar essa do "contar até 3" depois de cá estar e muitas vezes resulta, mas há outras em que eu é que tenho de contar até 200 para dentro e depois mudo estratégia...
A experiência que dizes ter, é de facto importante! Sem ela, uma jovem mãe, desespera e perde a calma.